7 vezes Tom Brady

Foto: reprodução/Twitter/@SNFonNBC

Pela 7ª vez em 55 edições do Super Bowl, o troféu Vince Lombardi está nas mãos de Tom Brady. Com uma atuação extremamente eficiente do camisa 12 e um show da defesa, o Tampa Bay Buccaneers anulou Patrick Mahomes II e venceu o Kansas City Chiefs na noite de domingo (7), por 31 a 9, no Raymond James Stadium, em Tampa.

Brady (21/29, 201 jardas e três TDs) foi eleito o MVP do confronto, honra que conquista pela 5ª vez na carreira. Além disso, se tornou o primeiro QB titular a vencer o Super Bowl pela AFC e NFC e o primeiro a derrotar três QBs MVPs da decisão (Drew Brees, Aaron Rodgers e Mahomes II) ao longo da jornada.

Do outro lado, Mahomes II teve uma noite para ser esquecida. Pela primeira vez, uma equipe liderada pelo quarterback saiu de campo sem anotar sequer um TD, seja na NFL ou no esporte universitário. Os únicos pontos dos Chiefs no duelo vieram pelos pés de Harrison Butker – foi esse o tamanho da atuação da defesa dos Bucs, que falaremos a seguir.

Foto: Kyle Zedaker/Tampa Bay Buccaneers

O MVP do Super Bowl 55

O coordenador de defesa do Tampa Bay, Todd Bowles, deu um nó na cabeça dos atacantes do Kansas City. Os Buccaneers usaram dois safeties no fundo do campo em 87% das jogadas (59/68), segundo o Next Gen Stats, justamente para minar os passes longos de Mahomes II. A estratégia deu certo: apenas uma bola lançada em profundidade foi agarrada, mas pelos Bucs.

Na linha de scrimmage, os piratas da Flórida se aproveitaram de desfalques na linha ofensiva dos Chiefs e pressionaram Mahomes II sem nem precisar de blitz, utilizada em apenas 9,6% dos dropbacks, o índice mais baixo para uma defesa de Bowles nas últimas cinco temporadas.

Sem opções no fundo do campo e pressionado em mais da metade – 52% (29 de 56 snaps) – das jogadas de passe, Mahomes II teve que correr de um lado para o outro enquanto tentava tirar um coelho da cartola. De acordo com o Next Gen Stats, o camisa 15 percorreu um total de 497 jardas antes de lançar a bola ou ser sacado; é o maior número para um QB desde que o NGS existe.

Para fins de comparação, Brady, em 30 jogadas de passe, foi pressionado em quatro.

Em meio a essas corridas de sobrevivência, vimos alguns dos passes mais acrobáticos sendo lançados, incluindo um com Mahomes II CAINDO, com o corpo totalmente no ar, que deveria ter sido TD (ou primeira descida, no mínimo) se Darrel Williams não tivesse deixado a bola cair. As escapadas que geralmente resultavam em recepções miraculosas não aconteceram no Super Bowl 55.

Foto: Tampa Bay Buccaneers

No 2° tempo, Kansas City abriu a campanha tentando emplacar o jogo terrestre, com duas boas corridas de Clyde Edwards-Helaire, se contentou com o FG, mas Tampa Bay respondeu com um TD, abriu 28 a 9, ativou o modo “desespero” e acabou com os planos dos Chiefs de tentarem desafogar Mahomes II.

Entendo o MVP ficar com Brady, mas não seria uma injustiça o prêmio ser entregue para um defensor como Devin White, que fez uma grande partida, liderou os Bucs em tackles (12 no total, dois deles para perda de jardas) e foi coroado no final com a interceptação que fechou a tampa do caixão do Kansas City.

A volta de um velho conhecido

Foto: Tori Richman/Tampa Bay Buccaneers

Discreto – até por estar retornando da aposentadoria – durante boa parte da temporada regular, Rob Gronkowski brilhou na hora H. O TE recebeu os dois primeiros TDs e o passe que gerou a 1ª descida numa 3ª para 2, a 44 segundos do fim do 1° tempo, no momento em que os Chiefs tentavam controlar o relógio para recuperar a bola e viram o tiro sair pela culatra.

Com os dois TDs, a conexão Brady-Gronkowski soma 14 TDs em playoffs, dois a mais do que Joe Montana e Jerry Rice. Em termos de jardas recebidas na final, Gronkowski está empatado com Lynn Swann (364), atrás de Rice (589).

Tampa, terra de refugos e (agora) campeões

Super Bowl não é novidade para caras como Brady e Gronkowski, mas é para alguns medalhões da bola oval que já não gozavam de muito prestígio. Antonio Brown saiu de campo com o anel e o TD, Leonard Fournette, dispensado pelo Jacksonville Jaguars, anotou um TD de 27 jardas (chegou a 32,1 km/h na corrida) e liderou a equipe em jardas terrestres (89 em 16 carregadas), e o ex-bad boy da liga, Ndamukong Suh, fatura o título em sua 11ª temporada.

E agora, Chiefs?

A ressaca de uma derrota no Super Bowl é dolorosa, mas não há motivos para acreditar que os Chiefs não voltarão nos próximos playoffs. Ainda assim, os desfalques na OL nos mostraram que Mahomes II é humano. É de se esperar que Kansas City volte suas atenções para a unidade.

Entre os jogadores de destaque que estão para ficar sem contrato estão Sammy Watkins, fundamental na campanha do ano passado e que sofreu em 2020 com lesões, e os defensores Alex Okafor, Daniel Sorensen e Bashaud Breeland. Se a pandemia permitir, o guard Laurent Duvernay-Tardif deve voltar.

E agora, Buccaneers?

O “tudo ou nada” dos Buccaneers deu certo, e agora? O que vem a seguir? Momentos após a vitória, Brady decretou: “Nós vamos voltar”. Euforia à parte, Tampa Bay precisa resolver a situação de dois caras vitais na campanha do título, e a expectativa é a de que será preciso gastar. São eles: Shaquil Barrett (que jogou em 2020 com a franchise tag) e Lavonte David.

Além dos dois defensores, Gronkowski, Fournette, Brown e Suh também estão previstos para se tornarem agentes livres. O WR Chris Godwin, de 25 anos, pode voltar, mas não me surpreenderia se alguém fizesse uma oferta gorda por ele no mercado.

Foto: Kyle Zedaker/Tampa Bay Buccaneers

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