Palpites para a temporada 2020/2021 da NFL

CAMPEÃO DA AFC LESTE
BUFFALO BILLS

Depois de duas décadas muito produtivas, Tom Brady não faz mais parte da AFC Leste, ou seja, é a primeira vez que a divisão está aberta em anos. Embora o New England Patriots ainda tenha o melhor técnico da liga, o Buffalo Bills tem o elenco mais talentoso do grupo. A defesa continua como ponto forte, principalmente a secundária, e a franquia manteve os investimentos no ataque com a vinda de Stefon Diggs, que chega para formar um trio interessante ao lado de John Brown e Cole Beasley. Josh Allen, que vive seus altos e baixos, será examinado com um microscópio em 2020; o QB sofre com a precisão em muitos momentos, mas se mostrar evolução e se Cam Newton não for o Cam Newton de 2015, Buffalo leva – algo que não consegue desde 1995.


CAMPEÃO DA AFC NORTE
BALTIMORE RAVENS

Lar do atual MVP da NFL, a AFC Norte quer saber: Lamar Jackson conseguirá repetir o que fez em 2019 (4.333 jardas totais de ataque e 43 TDs)? Sempre difícil, mas as peças continuam em posição. O trio formado pelos RBs Mark Ingram II, Gus Edwards e Justice Hill (1.954 jardas e 14 TDs) agora tem a companhia do calouro J. K. Dobbins, então a tendência é que a gente continue vendo o Baltimore Ravens correr bastante com a bola. A maior preocupação para os corvos, se é que podemos chamar de preocupação, é a ausência de um recebedor n° 1, algo que pode ser contornado se a produção de Mark Andrews e Marquise Brown crescer. Na defesa, Calais Campbell e Derek Wolfe (titular do Denver Broncos campeão de 2015) reforçam o time – olho no LB novato Patrick Queen.


CAMPEÃO DA AFC SUL
INDIANAPOLIS COLTS

É tudo ou nada para o Indianapolis Colts em 2020. Após o trauma de ver Andrew Luck se aposentar, o clube não sentiu firmeza em Jacoby Brissett e decidiu trazer Philip Rivers, que teve um 2019 bem esquecível, é importante frisar. Rivers, o melhor QB dos últimos 16 anos a nunca jogar no Super Bowl, terá à disposição uma excelente OL, um trio de RBs jovens e T. Y. Hilton – o calouro Michael Pittman Jr. deve ser o WR n° 2. Além do QB, outro recém-chegado enche os torcedores de esperança: DeForest Buckner. O defensor é a aposta para aumentar a pressão nos QBs rivais e seu impacto será imediato. Por fim, Indianapolis espera não ter problemas com FGs depois de ver os erros do imortal Adam Vinatieri custarem algumas vitórias – Rodrigo Blankenship assumiu o posto de kicker.


CAMPEÃO DA AFC OESTE
KANSAS CITY CHIEFS

Ser campeão em anos consecutivos não é simples, mas nada é impossível para a franquia que tem o melhor jogador da atualidade. O que Patrick Mahomes II ainda tem a mostrar? A única mudança significativa no ataque é a saída de Damien Williams, que escolheu não jogar por causa da pandemia da Covid-19, só que é um desfalque supostamente solucionado com a chegada do novato Clyde Edwards-Helaire, recrutado na 1ª rodada do último draft. A defesa, muito criticada em 2018, melhorou no ano passado, só que não contará com o CB Bashaud Breeland (suspenso) nas quatro primeiras partidas de 2020 – a liderança de Tyrann Mathieu será necessária neste início de temporada. Na DL, Chris Jones, de contrato novo (quatro anos e US$ 85 mi), é o cara para ficar de olho.


WILD CARD 1 DA AFC
PITTSBURGH STEELERS

Aos trancos e barrancos e em meio a contusões cruciais, o Pittsburgh Steelers terminou última temporada de 2019 com uma respeitável campanha de 8-8 e vislumbrou, mesmo que de longe, uma vaguinha nos playoffs. Como? Defesa. T. J. Watt, Devin Bush e Minkah Fitzpatrick comandaram uma unidade que jogou demais na temporada passada. Jogou tanto que se o ataque estiver no mesmo nível, podemos ter uma bela disputa na AFC Norte. Ben Roethlisberger retorna, e os comentários vindos dos treinos é de que o camisa 7 está bem, assim como JuJu Smith-Schuster e James Conner, que ainda vivem nas sombras de Antonio Brown e Le’Veon Bell. O TE Eric Ebron é a novidade; vamos ver se ele emula com Big Ben a química que tinha com Andrew Luck.

WILD CARD 2 DA AFC
TENNESSEE TITANS

Cinderela da NFL, o Tennessee Titans recompensou dois dos protagonistas de 2019. Renovou com Ryan Tannehill por quatro anos e US$ 118 mi, renovou com Derrick Henry por quatro anos e US$ 50 mi. Ambos tiveram os melhores anos de suas vidas, têm pela frente o desafio de repetir o feito e não são as únicas apostas do clube; Jeffery Simmons herda a vaga de Jurrell Casey na DL, enquanto Dennis Kelly tem a dura missão de substituir Jack Conklin na OL. Para um time que acabou de disputar a final da AFC, qualquer coisa abaixo disso é decepção, mas há motivos para manter o otimismo. Tannehill tem um ótimo elenco de apoio (atenção para o segundo ano de A. J. Brown) e, aos 45 do 2° tempo, Tennessee contratou Jadeveon Clowney.

WILD CARD 3 DA AFC
CLEVELAND BROWNS

O Denver Broncos era o meu candidato, mas a lesão de Von Miller a DOIS dias do início da temporada é um tremendo golpe para a equipe do Colorado. Logo, vamos de novo com o Cleveland Browns. 2019 foi uma enorme decepção, então é difícil imaginar um ano pior com os nomes que Cleveland tem no papel. Este precisa ser o ano de Baker Mayfield. A franquia acredita nele. Entre idas e vindas de treinadores e GMs, a franquia espera que Kevin Stefanski seja a resposta na lateral do campo e tratou de investir para ajudar o QB ao trazer Jack Conklin, recrutar o também OL Jedrick Wills Jr. e contratar o TE Austin Hooper. O que falta para Mayfield desabrochar de vez? Na defesa, a torcida é para que Myles Garrett não agrida ninguém com um capacete.


LANTERNINHA DA AFC
JACKSONVILLE JAGUARS

É maluco pensar que alguns anos atrás o Jacksonville Jaguars estava brigando por uma vaga no Super Bowl. Aquela defesa cheia de talentos é coisa do passado, com Yannick Ngakoue, A. J. Bouye e Calais Campbell saindo na última offseason. 2020 parece ser um ano de transição. O time tem alguns bons nomes, como o WR D. J. Chark, o DE Josh Allen e o LB Joe Schobert, mas são muitas apostas em calouros e veteranos que já viveram dias melhores (Tyler Eifert e Chris Thompson). Gardner Minshew II, o QB mais carisma da liga, é o titular incontestável, no entanto, se a temporada der indícios de que caminha para a escolha número 1 do draft, o bigodudo pode ter que conviver com o fantasma de Trevor Lawrence antes mesmo de a temporada acabar.


CAMPEÃO DA NFC LESTE
DALLAS COWBOYS

Jason Garrett, o homem que muitos torcedores culpavam pela falta de consistência do Dallas Cowboys, finalmente saiu. Após um ano distante da bola oval, Mike McCarthy assume um time com talento o suficiente para, sim, vencer o Super Bowl. Não é segredo que Dak Prescott vai renovar seu contrato, mas 2020 é o ano para ele provar que merece os US$ 40 milhões por temporada que tanto deseja, e o camisa 4 não tem do que reclamar: tem uma boa OL (que perdeu o center Travis Frederick), tem Ezekiel Elliott e CeeDee Lamb se junta a Amari Cooper e Michael Gallup. E precisamos falar do front-seven… Se todos estiverem saudáveis, é um grupo absurdamente forte. Estou curioso com o retorno de Aldon Smith (42 sacks nos três primeiros anos), que não joga desde 2015.


CAMPEÃO DA NFC NORTE
GREEN BAY PACKERS

Aaron Rodgers tem um prazo de validade na etiqueta de sua camisa. Green Bay manteve sua tradição de não fazer grandes movimentações na offseason – 2019 pode ter sido uma exceção – e o time para 2020 é basicamente o mesmo, com os mesmos problemas, inclusive. Depois da polêmica pela escolha de um QB e não um WR no draft, o Green Bay Packers chegou a trazer Devin Funchess, mas o recebedor decidiu não jogar por causa do novo coronavírus. Há uma sensação de que o técnico Matt LaFleur pode seguir os passos de San Francisco e Tennessee e apostar no jogo terrestre, com Aaron Jones e o calouro A. J. Dillon. LaFleur já está preparando o terreno para a vida sem o camisa 12? Se sim, Rodgers deve jogar como se o amanhã não existisse.


CAMPEÃO DA NFC SUL
NEW ORLEANS SAINTS

A janela de Drew Brees não é para sempre e o New Orleans Saints está consciente disso. Com o teto salarial de 2021 meio que comprometido (cerca de US$ 70 mi acima do limite), o clube renovou com peças importantes e foi ao mercado para pegar outras e completar aquele que é um dos melhores elencos da liga. Emmanuel Sanders é um ótimo complemento para o ataque aéreo e pode desafogar Michael Thomas – não que isso fosse preciso –, enquanto Malcolm Jenkins reforça uma linha secundária que já era muito boa. Entre 2017 e 2019, os Saints somaram 37 vitórias e três títulos de divisão. A qualidade da equipe é evidente. O que falta? Falta não perder de maneira épica nos playoffs, vide o Milagre de Minneapolis.


CAMPEÃO DA NFC OESTE
SEATTLE SEAHAWKS

Na divisão mais forte da NFL, vou com o melhor quarterback. Russell Wilson sabe achar os caminhos para colocar o Seattle Seahawks nos playoffs (sete idas ao mata-mata em oito anos), independentemente da qualidade de sua linha ofensiva ou de quais RBs estão saudáveis no elenco. Quero ver a evolução de D. K. Metcalf em seu segundo ano e o que Greg Olsen, em seu 14° ano, tem a oferecer. A Legion of Boom já não existe mais, mas a secundária deu uma bela encorpada com as contratações de Jamal Adams (extremamente versátil) e Quinton Dunbar. O grande x da questão para os Seahawks é que o clube não investiu no pass rush, que não era grande coisa em 2019, e não fez nenhum esforço para segurar Jadeveon Clowney. 


WILD CARD 1 DA NFC
SAN FRANCISCO 49ERS

A ressaca da derrota no Super Bowl não perdoa – apenas três times perderam a final, voltaram na temporada seguinte e foram campeões. O que esperar em 2020? San Francisco tentou, na medida do possível, repor as baixas com substitutos imediatos: sai DeForest Buckner, entra Javon Kinlaw; sai Emmanuel Sanders, entra Brandon Aiyuk; sai Joe Staley, entra Trent Williams. A ausência de um recebedor n° 1 deve ser atenuada com a presença de George Kittle – quem sabe até com formações com dois TEs, usando Jordan Reed – e com passes para RBs, incluindo – FINALMENTE – Jerick McKinnon, que estreia pelos 49ers após dois anos perdidos por conta de lesões. Jimmy Garoppolo teve seus momentos, mas, por ora, segue sendo um QB top 15.

WILD CARD 2 DA NFC
TAMPA BAY BUCCANEERS

Nenhum time fez tanto barulho na offseason como o Tampa Bay Buccaneers. Seguindo os passos de uma outra estrela do esporte, Tom Brady decidiu “levar seus talentos” para a Flórida e até tirou Rob Gronkowski da aposentadoria. TB12 caiu de rendimento desde 2018 ou o elenco de apoio que não era tão bom? Vamos descobrir. Brady não tem do que reclamar: Mike Evans, Chris Goodwin, O. J. Howard, Cameron Brate, Leonard Fournette. O arsenal ofensivo à disposição impressiona. A gente só fala do ataque, mas não ignore o front-seven dos Bucs: o quarteto formado por Shaquil Barrett, Lavonte David, Devin White e Jason Pierre-Paul somou 31,5 sacks, 65 QB hits, 14 fumbles, 14 passes desviados e três interceptações, segundo dados da NFL.

WILD CARD 3 DA NFC
MINNESOTA VIKINGS

Foi uma offseason movimentada para o Minnesota Vikings. Everson Griffen, Linval Joseph, Stefon Diggs e os CBs titulares de 2019 não se encontram mais em Minneapolis. Em contrapartida, Yannick Ngakoue, que estava subindo pelas paredes no Jacksonville Jaguars, e inúmeros calouros devem perder a virgindade já na primeira rodada – a tarefa de substituir Diggs é de Justin Jefferson. Apesar das mudanças, os Vikings continuam sendo um grupo talentoso e com potencial para brigar pelas cabeças na NFC Norte. Perseguido por não vencer jogos importantes, Kirk Cousins tem uma sequência bruta antes da rodada de descanso para calar os críticos: Green Bay, Indianapolis (fora), Tennessee, Houston (fora), Seattle (fora) e Atlanta (que pode ressurgir em 2020).


LANTERNINHA DA NFC
WASHINGTON

Tem tanta coisa para arrumar no Washington… A começar pelo nome. Longe dos campos, a franquia da capital tem vivido escândalo após escândalo. Dentro de campo, existem alguns motivos para observar de perto uma equipe que não tem muitas expectativas. Em primeiro lugar, Alex Smith precisa de um snap para levar o prêmio de Comeback Player of the Year; em segundo, Dwayne Haskins tem sido bastante elogiado pela maneira como amadureceu na posição; e em terceiro, Chase Young. Tido por muitos especialistas como o calouro mais talentoso do draft, Young promete fazer a diferença na DL logo de cara. Voltando ao ataque, vale a pena acompanhar o segundo anista Terry McLaurin e o novato Antonio Gibson, principal RB com a saída de Adrian Peterson e Derrius Guice.

Deixe um comentário